Cuide do Gambá

Todos sabem que bem mais de 50% dos acidentes de trânsito são causados por motoristas embriagados.

Correto?

Qual a melhor forma de inibir essa prática dos motoristas para reduzir drasticamente o número de acidentes nas estradas?

Na minha modesta opinião seria equipar as policias rodoviarias com etilometros, os famosos bafomêtros, e dar condições de trabalho para que os policiais pudessem fiscalizar.

Correto?

ERRADO...

- Para nossos legisladores e governantes, o importante é ver se a cor da pelicula dos vidros do seu carro não está fora do padrão.

Onde já se viu colocar a sociedade em risco com esse filme espelhado.

- Para nossos legisladores e governantes, se ocorrem muitas mortes de crianças em acidentes causados por bêbados.

A solução é obrigar os pais a comprarem cadeirinhas aprovadas pelo inmetro, aquela antiga não serve mais, tem que ter selo do inmetro.

- Em vez de a fiscalização caçar bebados, o importante é parar carros na estrada pra ver se não tem nenhum poodle solto no banco de traz, onde já se viu cometer uma irresponsabilidade dessas, todos os fins de semana os cães soltos no banco de traz dos carros causam dezenas de tragédias.

Lugar de cachorro é na gaiola presa no cinto.

- Todos sabem que a pessoa quando bebe, perde bastante noção de distância e poder de visão, principalmente a noite.

Por isso é muito importante multar todos os carros com farol de xenon, senão é capaz de ofuscar a visão dos bêbados que já não é das melhores, e isso pode causar um acidente.

- Carro rebaixado nem pensar, vai que o motorista diminui a velocidade para passar numa lombada e um coitado dum pinguço não consegue freiar, bate e acaba se machucando.

Pobresinho do Gambá.

Pois bem.

Ninguém está dizendo que as irregularidades não devem ser fiscalizadas, mas um pouco de foco e bom senso poderia facilitar as coisas, afinal de contas o que é mais importante?

Focar na causa de mais da metade das mortes no trânsito, ou ficar enchendo o saco das pessoas por causa de bobagens que juntas não causam nem a 0,5% dos acidentes.